quinta-feira, junho 17, 2010

Marrocos

As noticias tardam mas chegam!


No dia 27 lá partimos para Marrocos, via Tarifa/Tanger (começo a desconfiar da minha amnésia, estive 10 minutos para me lembrar do nome Tarifa...), com o nosso carro a começar a fazer um barulho estranho. Eu a desdramatizar e o R. a hiperventilar, já. Sim já, porque o dia ainda nos reservava emoções fortes.

Travessia feita, tranquilamente, chegada a Tanger, catastroficamente. Bem, que a corrupção existe já todos sabemos, o que não sabemos é que a corrupção é tão oficial e quase legal, de transparente, descarada e inescapável. Aliás se uma pessoa está a dar dinheiro, a comprar os serviços de alguém, espera no mínimo que nos tratem bem, cheios de cuidados e delicadezas, e não como se fosse a nossa obrigação, porque na realidade não é... ainda ouvi, quando decidi que bastava e que nos deixassem, um "señorita, quieres voltar para trás?" :). Achei de tal forma chocante, que estou a ponderar seriamente tornar a minha opinião pública e oficial unm consulado ou semelhante que exista em Lisboa.


Pronto, superada a primeira prova, e guardámos no nosso coração um ódio profundo por Tanger (aparentemente como todos os marroquinos que não vivem lá), segunda etapa "Joana, a polícia lá salta dos arbustos (verdade) e está sempre a multar (verdade), a menos que cumpras tudo ao milimetro, incluindo variações de velocidade (verdade)"


Tudo verdade, esqueceram-se foi de referir a dificuldade que existe em fazer 250km a 60 km/h, e demorar tcharannnn entre 5 a 6 horas, sem paragens. Acreditem que é possivel sobreviver-se a isto, eu sou prova viva disso. Ah e convém relembrar que qualquer cidadezinha visitável fica, no mínimo (a questão do mínimo é importante) a 250km da anterior. Passei a heroina agora não foi? Às tantas decidimos ir pelas auto-estradas, fazer mais uns km mas andar a 120, caso contrário passariamos as férias dentro de um carro a 60 à hora, sem qualquer sanidade mental! Não se animem que não existem mais que, arriscaria numas 5 auto-estradas, e todas elas à excepção de uma, no litoral. Sobrevive-se, reforço. E ainda de aprecia! E num desses trajectos ainda apanhámos um camião que se despistou e ocupou as 3 faixas e foi tudo a sair do carro e perder um tempão. E policia demorou eternidades. Controlar a velocidade, isso é importante, aparecer num acidente, isso não interessa nada, a velocidade é que é!

Por falar em tempão, imenso calor em Marraquexe, do género mesmo insupostável, 25º noite e 45º dia!

Chegar a uma cidade é uma emoção, um diz para a esquerda outro para a direita e vai-se a ver, se calhar é mesmo em frente lol, quando não sabem inventam. Chegaram inclusive a responder-nos em árabe, que como é evidente não adiantou de muito, mas com alguma persistência e paciência encontrava-se alguém que nos explicava o caminho. Problemas de comunicação tivemos mesmo quando o nosso carro teve que ir ao mecânico (aquele barulho que eu desdramatizava e ele hiperventilava, afinal era mesmo importante e podia ter sido a morte do artista). Na Renault, a uma 2ª feira às 8.00h (levantávamos sempre tão cedo...) tentar comunicar com os mecânicos foi a aventura, entre árabe, francês, inglês, português e muita mímica lá conseguimos safar a coisa!

Eles são loucos autênticos a conduzir, só ao 3º e 4º dia é que descobrimos que algumas rotundas eram rotundas e outras eram redondas por acaso, poruqe a prioridade era de quem entrava. Esta descoberta foi à custa de muito arriscar a pele!!! E buzinadelas valentes, porque eles não têm paciência para nada, o lema é "a vida é para andar para a frente", não existe espaço para lentinhos. Passadeiras também são pintadas no chão por acaso, porque não é suposto parar-se (e o pessoal a tentar respeitar tudo por causa da policia, ficava muita baralhado), até conhecemos uma freira portuguesa que quando lá chegou pôs-se a atravessar na passadeira e, pumbas, atropelada e deixou-se disso.

Que mais vos posso contar, fomos perseguidos a chegar a Fez durante meia hora por uns chatos (eles são mesmo muito chatos quando querem), mas ainda nos levaram até ao hotel (a troco da dízima clato). Nos táxis eles rentabilizam o trajecto, aoanhando pessoas pelo caminho, sendo o preço do trajecto definido para cada um, mas como é óbvio e cada vez que o trajecto deles coincidia com o nosso, pagávamos nós..

Come-se muito baratinho e é possível ter umas férias a um preço reduzido. As mulheres (as deles claro, porque eu não tenho a culpa de nada e tenho que comer) não frequentam cafés, e eles têm a mania de ficar todos a ver as vistas, portanto os cafés, em vez de terem cadeiras viradas para a mesa, está tudo virado para a rua.

Burros em extinção em todo o lado menos em Marrocos, impressionante, nunca vi tanto burro junto. Qualquer ser humano tem um burro para carregar as coisas. E os desgraçados vão carregados que juro que nem sei como é que a culuna não se parte. Aliás eles não têm limite a porem cargas, os camiões vão para lá de carregados, por isso como é evidente viram em auto estradase ocupam todas as faixas... elementar!

Todas as pessoas, mas mesmo todas, diziam que a minha cara, olhos, expressões ou fosse o que fosse, de marroquina. Que se me vestisse como eles passava muita bem por marroquina. Não sei se eles achavam que era um elogio, mas eu não considerei lol até porque eles são feios, muito feios. E com ar de sebo. E feios. E eu não curto qualquer semelhança feita entre mim e eles. Não sofremos qualquer perigo, basta ter os cuidados normais que sendo turista se tem em qualquer lado. Se nos poderem enganar não hesitam claro, mas roubar não. E volta e meia mandam um piropo ou outro, mas nada de ofensivo.

A meio fizemos amizade (nada de swings e cenas maradas) com um casal mais velho de alemães, o que foi muito giro, porque quase conhecemos duas culturas ao mesmo tempo, e ainda ficámos com contacto para visitar a Alemanha!

Tivemos imensos episódios caricatos e peculiares, típicos deste género de viagens, por exemplo quando negociamos com eles se não compramos eles ficam furiosos, tive um velhinho que preferiu que eu mandasse uns chinelos apra o chão que lhos desse na mão. Um taxista a que eu queria dar uma gorjeta, recusou-se a aceitar, não sei se por ser mulher ou porque não queria mesmo.

Em resumo e falando dos locais, Fez é giro e aconselho (visitar a Medina com guia ou então despeçam-se da familia antes, que aquilo é altament elabirintico), Méknes também é de ir, bem como Volubilis (uma cidade romana, que espanta de organizada e actualizada que é. Os romanos é que sabiam). Marraquexe, o maior sopro de ocidente possível, óptimo, até porque já se pode usar roupa normal e se vê muitos turistas (mas tranquilos, nada de japoneses e americanos irritantes). Rabat, esqueçam, um vómito tornado cidade, mas quem viaja de carro às tantas tem que parar em algum lado. Assilah é onde os artistas marroquinos passam férias balneares, peixinho do bom e descanso. Tretas, eles só comem o peixe frito, pedimos apra grelhar. Os salmonetes do R. foram alimento de gatos abandonados e o meu peixe espada trnasformou-se em espadarte, para se ver o quanto eles são especialistas em peixe. a praia só tem camelos, marroquinos a joagar à bola (mulheres ausentes em muitos km de praia) e muito lixo. Baptizada pelo R. como a pior praia em que alguma vez já esteve, eu já estive numa pior, mas a minha amnésia repentina não permite partilhar convosco qual.

Agora a foto-reportagem resumida




























1 comentário:

Ana Pessoa disse...

mana, marruecos? xau aí!