o bouquet e eu...

... eu e o bouquet, tivemos um encontro imediato. não minto, eu quis que o nosso encontro fosse imediato, mas foi definitivo.

casamento, tudo muito bom muito bem disposto, até que vai de mandar o bouquet e ver para quem fica.

fiz o de sempre, encostei-me lá no cantinho, mas desta vez, o desgraçado veio da minha direcção, direitinho, quase com gps à minha pessoa.

reacção normal? (aliás foi um momento cheio de reacções e zero de racionais) está uma coisa a vir do céu direita à tua pessoa, juro que a tua mão, involuntariamente, se movimenta numa de amparar, é o instinto, nada a fazer só viver com ele.

reacção a seguir "ah é um bouquet, xô xô" larga-se e cai no chão - instinto mais palerma que o anterior

mas enfim, eu presto-me a estes momentos por isso eu mereço as vergonhas que lhes são seguidas.

depois, abre-se uma roda entre mim e o bouquet (não fosse ainda ninguém ter visto a situação, assim já não era preciso acotovelarem-se). aqueles microsegundos, que foram horas para mim, em que olhei para as que estavam ao meu lado a fazer uns olhinhos do género "vá lá, apanha lá isso, não fiques ai a olhar para mim"

desisto, percebi que enquanto não apanhasse o bouquet a roda à minha volta não fechava...

e podia ter acabado por aqui não era? menosss estamos a falar de mim, ainda perguntei à noiva se não queria aproveitar para mandar o bouquet outra vez!

agora a sério, o casamento foi giro giro, com muita música e o bouquet é lindo e eu adoro-o e a partir de agora, para me redimir A., vou correr para todo e qualquer bouquet como se não houvesse amanhã, descabelar quem se puser entre nós e nunca, nunquinha mesmo, deixá-lo cair no chão de seguida

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