Apetecia-me falar do tempo. Do medo q tenho da trovoada. Rogar pragas à tempestade que me ia deixando pelo caminho logo ás sete da manhã qd estava a vir p torres.

Mas n dá.

A Daniela "aquela dos olhos azuis mto grandes" (tive que fazer um esforço, era daquelas crianças que n se portava mal... mas lembrei-me, q alivio), morreu. Pneumonia. Sim, morre-se de pneumonia com 8 anos em pleno sec XXI.

"Oh Joana, já sabes que a Daniela da nossa sala morreu?" Sim João. "E o que é que ela fez de mal para morrer?"

...

Pois é, era tudo tão mais fácil se a morte fosse uma coisa justa. Se tivesse direito a explicações razoáveis e convincentes.

...

"Sabes João, ás vezes alguém morre mesmo quando não se porta mal, quando não se faz algum disparate mto grande ou uma maldade... A Daniela estava muito doente, o doutor não consegui curá-la. Já n havia remédios para que ela ficasse boa de novo."

"Ah... tá bem... por isso é q a mesa dela ja n está aqui. Porque ela morreu e já n vem à escola"

"Sim João, agora guardamos a Daniela e as saudades no coração"

"Pois é!"

...

Vou esperar pela próxima pergunta, até que n haja mais nenhuma, até que a cabecinha do João, e de todos os outros meninos deixe de ter duvidas.

Os crescidos são mais dificil de consolar. "Sabe Doutora, há a mãe, o pai, o irmão pequenino,..."

Sei sim, professora.

Ju