Dá para me deixar sossegada?!?

Para os que me notaram ausente, não tenho tido nem mail nem fax na obra a semana toda (em casa já não tinha mesmo…) – o que maça um bocadinho…

Mas não é isso que faz com que esta semana seja uma desgraça, é mais um braço partido e um acidente de carro…

Pela ordem dos acontecimentos, Martim tem estado doente, mana e família em estado alerta. Martim vai a uma cena chamada “ginástica de respiração” e ainda vem mais doente. Ele chora, mana chora, vai-se ao médico. De urgência com o pequeno Martim. Diagnóstico: braço partido. Parece que o tratamento da ginástica de respiração é dado por autênticas bestas que partem braços a crianças com 5 meses! Essa vache!

Agora para ti mana, eu continuo a dizer que eu ia lá ofendê-la um bocadinho que fosse, e dizer-lhe que o lugar dos animais não é a tratar bebés, e se ela refilasse partia-lhe o braço também looooool, coitadinho do meu sobrinho, tem tantas dores….

Bem, no decorrer da odisseia do Martim, sem saber de nada e no outro canto da cidade (ali algures entre Alfragide e a Buraca), ía, eu, sossegada para almoçar quando pimba, vai de ter um acidente de carro… Por estranho que possa parecer a alguns (a mim não), eu ía dentro dos limites de velocidade (a 40 ou menos) sem telemóvel, sem rádio, portanto com os dois braços no volante (foi o que me safou!). Existe uma criatura, denominada de Pedro, vindo directamente de Leiria para Alfragide, que decide que quer virar à direita a todo o custo, independentemente de eu vir ou não, ali bem pertinho dele, na faixa contrária. Pois que chocámos à séria, daqueles que faz um estrondo, que íamos chocando com outros veículos, que os carros saem disparados, ao ponto de Alfragide e o meu carro se terem tornado um só (cheguei a ver o meu farolim num jardim mais à frente…).

Nisto eu, graças a Deus, ía com o jipe e com os tais dois bracitos ao volante, por isso não me aleijei e nem sequer cheguei a bater com a cabeça, mas o jipe morreu para a vida (ainda conseguiu ir a andar, porque foram feitas algumas maroscas mas em perigo iminente), o Yaris do falta de ar do Pedro, ali estava ali ficou, bem como a mercadoria que era transportada…

E assim se criou um momento lúdico em Alfragide/Buraca, apareceram-me testemunhas e amigos de todo o lado e mais algum, o que me assustou ainda mais, até um bombeiro me apareceu à frente! Mas eis que do nada me aparece o Sr. Rogério, que rapidamente se tornou o meu melhor amigo, este homem só pode ser um santo, notem o que ele fez por mim:

Diz-me logo assim: “Você está nervosa, acalme-se, chame alguém, você não teve culpa não vá nas conversas dele, eu testemunho, aquele táxi também viu tudo, vá falar com ele” (eu amarela azul e de todas as cores, ainda estava a agradecer a vidinha!) “deixe que eu vou, vista o colete, ponha o triângulo” (eu estava no carro da mãe sem nada, só mesmo com o carro, nada de triangulo, de documentos…) “Eu deixo-lhe o meu número e sou sua testemunha” aí falei e disse “mas não se vá embora, fique aqui, só mais um bocadinho por favor, não me deixe aqui sozinha”

Devo ter sido tão convincente, que ele ficou, e ainda me foi chamar a polícia à esquadra!

Bem, como isto já lá vai, vou abreviar, aliás a parte mais emocionante já passou, só devo acrescentar que a polícia chegou e que me ajudou imenso, foram outros santos, que só me faltou mesmo perguntar-lhes qual era mesmo o meu nome! E o mais importante, toparam a pinta do Pedro, falta de ar de Leiria, à distância!!

Moral da estória, o jipe tem que ter um arranjo só até 7 mil euros, e eu não sei não… Apesar de eu ir devagar e por uma porcaria de nada, o jipe ficou um bocado desfeito, eu, sinceramente, dou graças de não me ter aleijado e agora tenho um bocadinho de receio de andar de carro (aspecto positivo: se a segurança na condução tivesse rosto, neste momento seria o meu de certeza!). A culpa não foi minha, mas também me leva a pensar, se eu não fosse tão distraída, se o acidente não poderia ter sido evitado… De que me valia a culpa dele se as coisas não tivessem acabado bem? Ou se estivesse com o corsa… Ainda bem que posso estar aqui (isto é o que vocês têm que pensar: “Calem a boca à míuda, arranquem-lhe o teclado das mãos, mas que sorte podermos estar a ler este post gigante que nunca mais acaba!), não me demoro mais,

Nica.